terça-feira, 24 de março de 2009

Inspiração

Ganhei noites pensando sobre o que realmente queria escrever. Encontrei a resposta numa poesia. Palavras de outra pessoa que traduziram perfeitamente a linha que queria seguir.
Tá aí uma pessoa que me faz refletir muito desde que tomei conhecimento da sua existência: Fernando Anitelli.

Amém

Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário
Letras, lados, lestes
O relógio de pulso pula de uma mão para outra e na verdade...
nada muda
A criança que me pediu dez centavos é um homem de idade
no meu retrovisor
A menina debruçando favores toda suja
É mãe de filhos que não conhece
Vendeu-os por açúcar
Prendas de quermesse
A placa do carro da frente se inverte quando passo por ele
E nesse tráfego acelero o que posso
Acho que não ultrapasso e quando o faço nem noto
O farol fecha...
Outras flores e carros surgem em meu retrovisor
Retrovisor é passado
É de vez em quando... do meu lado
Nunca é na frente
É o segundo mais tarde... próximo... seguinte
É o que passou e muitas vezes ninguém viu
Retrovisor nos mostra o que ficou; o que partiu
O que agora só ficou no pensamento
Retrovisor é mesmice em dia de trânsito lento
Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas
Mostra as ruas que escolhi... calçadas e avenidas
Deixa explícito que se vou pra frente
Coisas ficam para trás
A gente só nunca sabe... que coisas são essas

Um comentário:

  1. Tali,
    gostei da "puisia". Não tenho muito a comentar, por conta de minha ignorância...Mas, "subjestivamente" falando, achei bem sensível...
    Beijos
    Glauber

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