quinta-feira, 18 de junho de 2009

O diploma de jornalismo caiu

INACREDITÁVEL! No dia 17 de junho de 2009, a mais alta corte nacional o Supremo Tribunal Federal ( STF) decidiu por meio de voto que a partir de agora não será mais exigido o diploma de jornalismo para o exercício da profissão.
Justificativa?
A regulamentação da profissão "fere" o direito a liberdade de expressão, assegurado à todos os cidadãos brasileiros pela constituição de 1988.
Justificativa tão absurda quanto à decisão.
Nasci no ano seguinte ao fim do regime militar, período importantíssimo para os passos mais longos da democracia brasileira, que foi coroado com a Constituição em 1988.
Nasci e cresci num Brasil incomparavelmente mais livre que o Brasil dos meus pais. Nunca me deparei com pessoas amordaçadas, sem voz, tendo que se esconder pelos cantos para falar desse ou daquele assunto. Censura é uma palavra que para os meus contemporâneos soa distante, faz parte da história de um passado sujo do nosso país.
O grande equívoco dessa história toda consiste em confundir liberdade de expressão com o exercício da profissão de jornalista.
A minha profissão é tão importante quanto todas as outras e chega a ter maior impacto social do que muitas. Uma só linha escrita de maneira equivocada tem tanto poder de modificar, ou até acabar com a vida de um cidadão, quanto um erro médico ou uma condenação injusta.
Mas as pessoas que detém o poder , isso inclui os políticos e os donos dos veículos de comunicação que entre eles sustentam uma ligação perigosa , não estão nem um pouco interessados na formação de jornalistas críticos e bem formados.
O que eles querem com tudo isso? Privilegiar as pessoas desqualificadas que acima do basilar ético da profissão valorizam interesses políticos, finaceiros e pessoais e que estão aos montes poluindo as redações por todo o país.
Defendo a validade do meu diploma e me revolto com os colegas que se mantém atrás de um escudo com a frase " Prevalecem os que forem bons". Claro que prevalecem os que são bons, mas que os bons sejam verdadeiramente jornalistas.
Por isso concordo com a jornalista POR FORMAÇÃO, Caroline Machado , " se o dom fosse condição suficiente para o exercício de uma profissão, as faculdades seriam todas dispensáveis". E como o ministro Cezar Peluso afirmou, “O curso de jornalismo, portanto, não garante eliminação das distorções e dos danos recorrentes do mau exercício da profissão, que são atribuídos a deficiências de caráter, de retidão e ética”, me responda, qual foi o curso superior que conseguiu sanar esses problemas da natureza humana?
NENHUM! Até porque se essa faculdade existe, eu e meus colegas não estaríamos lutando pela regulamentação da nossa profissão, estaríamos em campanha para o diploma de político!
Ah! Mas já existem escolas de circo, Vossas Excelências! ( Que me desculpem os meus amados palhaços de verdade).

5 comentários:

  1. Compartilho de sua insatisfação. Sabes que, como você, sou formado em jornalismo, no entanto não tenho o mesmo sentimento pela profissão.
    Não posso dizer que algum momento me igualei aos meus celegas, em intensidade, em empolgação pela profissão, mas posso afirmar que o pouco de entusiasmo que tinha, se foi ainda durante o curso, por conta de todo o desprestigio da nossa profissão.
    Espero que essa situação mude.

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  2. Amiga! Eu te amo e acredito em justica e ponto de continuacao (pq essa historia ainda nao acabou) Bju da sua amiga negociadora internacional (profissao q tb sofre pelo`novo` e pela falta de `regulamentacao social` )

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  3. Talita! Quanto tempo, heim? Rodando por blogs em comum, vim parar no seu. Tô trabalhando num jornal impresso aqui em Itabuna, o Jornal Bahia Hoje, lançado há mais ou menos 2 meses. Gostei muito desse artigo e queria saber se podemos publicar na coluna opinião do leitor. Não encontrei seu e-mail aqui no blog, pra ficar um contato mais rápido. Se vc vir esse recado ainda hoje, confirma pra mim pelo esseefacildeanotar@hotmail.com, pq estamos fechando a página hoje.

    Beijão!

    Brisa Dalilla

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  4. É amiga... revoltante mesmo! Concordo com a frase que se fosse levar em conta dom as faculdades seriam dispensáveis... não importa qual seja a profissão, ter só o "dom" não é o suficiente!!!!

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  5. concordo com a revolta e indignaçao! como se ja nao bastasse o mercado de trabalho concorrido, agora a concorrencia ainda vai ser com gente que nem estudo nao tem... Vc vai ter seu espaço, assim como seus colegas q batalharam tanto!! o mercado vai continuar exigente e seletivo.. vc vai ver, verdoca! beijo e amei o artigo!

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